Vamos
enfrentar esse tabu: incontinência urinária e alargamento vaginal.
Existe
situação mais embaraçante do que espirrar e se molhar e para piorar a situação,
sentir (ou pior, “não sentir”) a vagina
mais larga durante as relações?
Esse
tema também é embaraçante para uma blogueira escrever e compartilhar, mas andei
percebendo que nós mulheres, procuramos evitar falar sobre este tema.
Fiquei
intrigada e comecei a falar sobre isso com minhas amigas, elas ficavam
embaraçadas, mudavam de assunto, diziam que nunca tiveram esses problemas ou
conformas, diziam: -Pois é, tivemos partos, somos mulheres e é normal na
mulheres de 40.
Isso
foi a gota d’água. Por que seria “normal em mulheres de 40”, somos por acaso
velhas que saem por aí urinando-se e não temos vida sexual?
Não, não e não!
Ao menos, não aqui nesse blog.
Procurei
até que encontrei uma mulher que admitisse ter esses problemas e não tivesse
vergonha de falar sobre eles. Verinha tem 42 anos, 2 filhos e um casamento
feliz.
Ela
desabafou que perde urina (gotas ou quantidades maiores) quando espirra, quando
levanta peso e quando está saltitando na ginástica aeróbica. Me contou que nos últimos
anos passou a sentir cada vez menos o pênis de seu marido dentro de sua vagina e
agora nem o sente mais. Sorrindo, ela disse, acho que devo procura ajuda, não é!?
Sabemos
que a flacidez do assoalho pélvico é frequente
em mulheres, mas não é normal.
Depois
de pesquisar tudo a respeito no “Dr. Google”, puxei Verinha para uma consulta
ginecológica.
A
médica disse que a mulher de 40 é muito jovem para aceitar esse problema passivamente
e lhe aconselhou a cirurgia.
Então
perguntei sobre a eficácia da fisioterapia, por meio dos exercícios de Kegel,
dos cones vaginais, das bolas de ben-wa, da bola suiça e do pilates para
fortalecer o assoalho pélvico e evitar a cirurgia.
A
ginecologista esclareceu que se a mulher
prefere “vias alternativas” a cirurgia, os exercícios de Kegel podem ajudar e
nos deu uma fotocópia mal feita e empoeirada dos exercícios. Sobre as bolas de
ben-wa e todo o resto ela preferiu não comentar.
Achei
estranho que não tivesse recomendado fisioterapia em primeiro lugar e ter pulado
para a cirurgia, o que entendi logo depois, quando soube do preço salgadinho.
A
profissional que escolhi talvez não fosse a melhor na sua área, mas nos deu um
válido conselho: a mulher nunca deve começar a usar absorventes, no caso
de incontinência, pois não saberá exatamente quando e o quanto de urina perdeu, se conformará com o problema e não vai procurar resolvê-lo.
Continuei
a pesquisar sobre assoalho pélvico e encontrei sites muito bons, que apresentam
o tema de forma científica e outros mais acessíveis, como o http://www.novafisio.com.br/artigos/fisioterapia-ginecologica/modalidades-terapeuticas-para-recuperacao-da-musculatura-do-assoalho-pelvico-da-mulher/ e http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq0911201006.htm
Não sendo uma profissional da saúde, vou me abster de maiores comentários teóricos, mesmo porque são inúmeros os sites disponíveis com informações médicas e de fisioterapia para vocês lerem. Minha tarefa aqui é quebrar o gelo e falar como mulher.
Verinha, eu e muitas outras mulheres, fazemos ginástica para nossos músculos ficarem fortes e tônicos, o mesmo deve ser feito com os músculos do assoalho pélvico. Temos que incluí-los na nossa rotina de treinos, para que percam a flacidez e ganhem elasticidade.
O fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico nos permite espirrar, rir ou fazer aeróbica sem medo de nos urinarmos. A nossa vida sexual também é melhorada e disso depende nosso bem estar psico-físico. Se a vagina não é larga, somos mais seguras nos momentos íntimos com nossos parceiros, pois temos muito mais prazer e nossos companheiros também agradecem.
Verinha levou em consideração alguns meios para corrigir seu problema:
-
Cirurgias. Com uma cirurgia, Verinha podia ficar com a vagina apertada e com
outra, resolveria a incontinência urinária. Mas lemos que a equipe de
Uroginecologia do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), em São Paulo, realizou
um estudo, em que um terço das mulheres operadas voltavam ao hospital para refazer
a cirurgia para incontinência urinária, ou seja, não é cem por cento eficaz no
caso de incontinência e o custo é alto.
-
Os exercícios de Kegel, minha amiga disse não serem difíceis e são reconhecidamente
eficazes, mas ela necessitava de tempo para fazê-los e ainda, de um local
tranquilo, em uma hora que ninguém estivesse em casa, para não ser perturbada
ou não precisar sair correndo atender um filho. Segundo o estudo citado acima do
HSPM de São Paulo, as mulheres começam a se exercitarem, mas logo acabam
abandonando os exercícios. Eu mesma, tentei fazer os exercícios de Kegel, seguindo as ilustrações da fotocópia que nos
forneceu a ginecologista, mas aja paciência e determinação! Verinha também
seguiu a norma, depois de duas semanas havia abandonado os exercícios.
-
as bolas de ben-wa. Verinha comprou em um sex shop pela internet, pagou pouco e
adorou, pois coloca-as dentro da vagina, não sente absolutamente nada (disse
que um dia até esqueceu-as ali) e a vagina faz a sua musculação sozinha,
enquanto ela caminha, faz compras ou limpa sua casa. Com as bolinhas de ben-wa
não vale ficar sentada, senão não funciona.
Hoje, passaram exatamente 3 meses e resolvi postar essa experiência.
Verinha,
disse que desde que começou a usar as bolinhas de ben-wa, teve somente duas
perdas de algumas gotas de urina. Isso, segundo ela, é uma glória, para quem
morria de medo de espirrar, pois a cada espirro, a cada risada, ela perdia um a
quantidade bem maior.
E
o sexo? Minha amiga sentiu melhoras e seu companheiro também está mais
satisfeito, apesar de ela acreditar que deve passar mais tempo para que os músculos
se recuperem totalmente.
Gostei
muito dos resultados de nossa pequena pesquisa. As bolas de ben-wa, realmente são
o modo mais simples, fácil, e barato de exercitar os músculos do assoalho pélvico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário